Final do Festival de Poesia Celebra a Língua Portuguesa e os 500 Anos de Camões

05-05-2025 17:00

No dia 5 de Maio, as palavras levantaram voo na Biblioteca da Escola Básica de Gualtar, rompendo o silêncio das páginas dos livros que lá moram. Ergueram-se as vozes dos poetas, assinalando-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa e comemorando-se os quinhentos anos do nascimento de Luís de Camões — poeta maior da língua, viajante de mundos, artífice de imagens que perduram.

A manhã iniciou-se com um acolhimento caloroso e uma evocação da nossa língua comum, falada por milhões de falantes, em vários continentes, com os seus múltiplos sotaques de ternura. E foi nesse espírito de união e de sonho que se abriu a final do Festival de Poesia, momento alto de um percurso feito de leitura, escuta e partilha, lembrando que a poesia é uma forma de paz num mundo de caos e violência.

Os alunos finalistas dos 2.º e 3.º ciclos declamaram poemas de múltiplas proveniências — autores consagrados, contemporâneos, e também poemas da sua própria autoria, onde se revelaram inquietações, desejos e descobertas. Contudo, a figura máxima do festival foi Camões: os seus versos, plenos de musicalidade, amor e saudade, ecoaram pelas paredes da biblioteca, lembrando-nos que a poesia é uma forma de permanência no tempo.

O festival foi abrilhantado por uma convidada muito especial: a soprano Ana Paula Matos,cuja voz poderosa e límpida interpretou dois vilancetes camonianos, musicados por Croner de Vasconcellos — Descalça vai para a fonte e Nafonte está Leonor. Foi um momento de cumplicidade entre a música e a poesia, onde avoz se cruzou com os versos de Camões e fez da biblioteca um lugar de (en)canto para o público, provando que a música e a poesia nascem, muitas vezes, do mesmo sopro divino.

O momento foi, sem dúvida, uma festa da palavra e da liberdade criadora. Os prémios atribuídos, com o honroso título de Prémio Camões, distinguiram não apenas os melhores intérpretes, mas todos os que ousaram voar com as suas próprias palavras, com poemas originais. Porque, como se ouviu ecoar na despedida: há bibliotecas que dão asas aos livros e encorajam o voo das palavras a sair do coração  dos jovens poetas.

E nesse dia, em Gualtar, os jovens poetas voaram. E Camões, lá do alto, sorriu.